Do passado ao presente: um olhar sobre a evolução automotiva
Há cinquenta anos, itens hoje considerados básicos, como encostos de cabeça ou para-brisas laminados, eram opcionais em muitos modelos da Opel. Veículos como o Commodore, Rekord, Ascona e Kadett marcam uma era em que a prioridade era manter os custos baixos — algo enfatizado na época pelo então CEO da Opel, John P. McCormack, em entrevista à revista “ADAC Motorwelt” de outubro de 1975. A edição histórica da publicação, enviada como homenagem aos membros com 50 anos de associação, também criticava o novo design “americano” do Manta B, recém-lançado na IAA 75, e apontava falhas como a disposição dos pedais e a ausência de controle de limpeza no volante.
Essa leitura nostálgica escancara o abismo tecnológico e cultural entre o automobilismo daquela época e a era atual, marcada por eletrificação, conectividade e segurança avançada. Tecnologias como cintos de segurança automáticos e para-brisas laminados, raridade em 1975, são hoje padrão em quase todos os veículos.
Opel se firma no mercado de elétricos
Embora a Opel não tenha sido o primeiro nome a ser associado à mobilidade elétrica, a marca alemã tem conquistado cada vez mais espaço nesse segmento. O novo Opel Grandland Electric representa esse novo capítulo, combinando duas qualidades essenciais: autonomia estendida e tração nas quatro rodas. Uma resposta direta às exigências do consumidor moderno que busca eficiência sem abrir mão da segurança e da versatilidade.
O modelo chega ao mercado como uma evolução natural da marca, conhecida por sua abordagem sólida e pragmática, agora aplicada ao universo dos elétricos. A Opel aproveita seu histórico confiável para oferecer uma alternativa robusta à crescente concorrência nesse setor em expansão.
Queda da Tesla impulsiona concorrência europeia
Enquanto isso, a Tesla, outrora líder incontestável do mercado de veículos elétricos na Alemanha, tem enfrentado um declínio acentuado. Segundo análise do Center Automotive Research Bochum, com base em dados da KBA obtidos pelo Business Insider, a participação da Tesla no mercado alemão caiu drasticamente de 14,9% em 2022 para apenas 3,4% entre janeiro e julho de 2025.
Essa queda não pode ser atribuída apenas ao crescimento do mercado como um todo. Em números absolutos, a Tesla vendeu apenas 10 mil veículos na Alemanha até julho deste ano — sete unidades a menos que a Opel — e um quarto do volume vendido no mesmo período de 2023. O Model Y, que liderava as vendas em 2023 e 2024, perdeu força diante do avanço das montadoras locais.
Marcas alemãs dominam o cenário atual
O grande destaque no mercado alemão em 2025 tem sido a Volkswagen, com impressionantes 20,7% de participação. Só em julho, a VW vendeu mais de 9 mil carros elétricos — quase o total da Tesla no ano inteiro. A BMW também apresentou desempenho notável, sendo responsável por quase 10% dos veículos elétricos licenciados no país.
Essa tendência revela uma nova dinâmica no setor automotivo europeu. Marcas tradicionais, antes vistas como conservadoras ou lentas na transição elétrica, agora lideram a inovação e conquistam a confiança do consumidor. A Opel, com o lançamento do Grandland Electric, se insere com força nesse cenário competitivo, mostrando que tradição e modernidade podem, sim, andar lado a lado.